Hora de dormir: a melhor hora para os papais ajudarem…e amarem.
Apesar do título do post, não pretendo dar uma receita. Até mesmo porque seria bastante presunçoso de minha parte dizer para os outros como lidar com esse momento, ainda mais sem conhecer as personalidades das famílias dos leitores. Minha ideia é bem mais modesta: contar minha experiência nessa área- a hora de dormir – e tentar extrair algumas lições abrangentes que talvez possam ser úteis para outras pessoas.
A hora de dormir pode ser um tormento, ou não
Na verdade, a lista do que pode dar errado é longa. Os detalhes variam de acordo com a idade e outros fatores, mas todos os pais sabem como é desesperador ver escorrer entre os dedos, por causa da enrolação dos filhos para dormir, aquele tempo de ouro no fim do dia em que você poderá pôr algumas coisas em dia ou simplesmente desfrutar do enorme privilégio de ter um tempo com sua cara metade sem ser interrompido.
Na minha família, sou eu (o pai) que coloco para dormir
É um costume que surgiu meio por acaso, na época do desmame da minha filha mais velha. Ela estava acostumada a adormecer mamando, e queríamos evitar que o cheiro do restinho do leite da mãe a levasse a lutar contra o sono para pedir o peito. Foi assim que assumi a tarefa de pô-la para dormir.
Para começar, leia para seu bebê
O centro da estratégia foi a leitura de um livro para bebês. Duvido bastante que sua compreensão da história à época fosse muito elevada, para ser eufemístico. Mas aparentemente havia algo na situação que a agradava, e a moda pegou. Nunca mais deixei de fazer isso. Confesso que adoro.
E transforme o momento da hora de dormir num grande vínculo
Está longe de ser o único momento do dia-a-dia das minhas filhas de que participo ativamente, mas é um momento de forte união e troca de carinho. Tenho certeza de que o bem que essa hora do dia me faz é pelo menos tão grande quanto o que faz a elas.
Aqui a leitura para dormir virou uma tradição na hora de dormir
A tradição da nossa leitura noturna já teve várias ramificações. Por exemplo, quando elas ganham um livro novo, muitas vezes fazemos uma “caça ao livro” dentro de casa. (É divertidíssimo, mas haja criatividade para quem mora em apartamento!). Inventamos nomes para quando elas escolhem ler no colo ou abraçadas. E por aí vai.
Nós lemos, nos relacionamos e evoluímos! Juntos!
A evolução do meu relacionamento com minhas filhas na hora de dormir delas aumenta minha capacidade de entendê-las, e me dá ideias sobre iniciativas que podem ajudá-las em diferentes áreas. Por exemplo, há alguns dias, me ocorreu convidá-las a fazer um exercício feito especialmente para a hora de dormir de crianças disponível em um aplicativo de mindfulness que uso. Elas aceitaram, adoraram, e dormiram super bem. Desde então, temos repetido a dose diariamente após a leitura do livro. Elas pedem.
Meditação na hora de dormir
A meditação tem gerado benefícios além da hora do sono. Hoje mesmo, minha filha mais nova estava muito zangada e não conseguia se acalmar. Propus a ela que fizéssemos juntos um outro exercício do mesmo aplicativo, que tem o objetivo de ajudar a criança a ter mais tranquilidade. Para minha surpresa, ela não apenas aceitou, como fez o exercício de forma bem compenetrada. É um exercício de apenas 3 minutos, mas ela de fato ficou bem mais calma.
A hora de dormir nem sempre é um mar de rosas
Não quero fingir que tudo que é relacionado à hora de dormir é um mar de rosas, obviamente. Várias vezes tenho trabalho pendente e saio do quarto delas caindo de sono, “embalado” pelo clima propício do ambiente. Existem, sim, vezes que, mesmo quando fazemos tudo “certo”, elas demoram para pegar no sono, e acabamos ficando sem tempo de nada no fim do dia.
Para guardar na memória afetiva e no coração
Mas, apesar dos inevitáveis (e irritantes) revezes, a minha experiência é que a hora de dormir é uma excelente oportunidade para fortalecer ainda mais o relacionamento com os pequenos, aprender a entender melhor as necessidades deles em diferentes áreas, e criar tradições que certamente permanecerão como tesouros familiares e pessoais mesmo quando nossos filhos já tiverem crescido.
Eduardo, pai da Laura (9) e da Nina (4)